30 de junho de 2007

mariana...



com a voz mais terna a cantar-te num abraço...

com todos os anos que.

...

23 de junho de 2007

agora não se chora mais. (tinha que respirar...)



"
(...)

agora que agora é nunca
agora posso recuar
agora sinto minha tumba
agora o peito a retumbar

agora a última resposta
agora quartos de hospitais
agora abrem uma porta
agora não se chora mais

agora a chuva evapora
agora ainda não choveu
agora tenho mais memória
agora tenho o que foi meu

agora passa a paisagem
agora não me despedi
agora compro uma passagem
agora ainda estou daqui

agora sinto muita sede
agora já é madrugada
agora diante da parede
agora falta uma palavra

agora o vento no cabelo
agora toda minha roupa
agora volta pro novelo
agora a língua em minha boca

agora meu avô já vive
agora meu filho nasceu
agora o filho que não tive
agora a criança sou eu

agora sinto um gosto doce
agora vejo a cor azul
agora a mão de quem me trouxe
agora é só meu corpo nu

agora eu nasço lá de fora
agora minha mãe é o ar
agora eu vivo na barriga
agora eu brigo pra voltar

agora
agora

agora. "

(poema: Arnaldo Antunes, com a voz da bethânia.)
(imagem: Zena Holloway)



e apesar de sentir tudo isto como de mim, este poema se tornou no ninho de uma viagem, aqui fica também, o maior abraço, aquele.
Debaixo D'Água-Agora
Debaixo D'Água-Ago...
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13 de junho de 2007

contigo. sempre.

...

...

...
Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
-
Sophia de Mello Breyner Andreson, Poesia, 1944
...
nunca vazias.
cheias sim, da importância de cada pétala,
de cada ave a rasgar o céu imerso,
de cada poro
construído,
de amor
no teu coração
imenso.
a tua força.
.
("aquele abraço...")