25 de abril de 2008

paquitães e azinheiras. sempre!



porque a poesia, a palavra, a música. sempre.

porque o sentir liberdade, fraternidade, paz. sempre.

porque se deve aos que nos foram tanto dentro. aos que ainda nos são diariamente.

porque se sente a falta dos que já não.

porque continuaremos, a cada minuto a transmitir e a construir a liberdade em que nascemos.

à sempre saudade da natércia.

à sempre saudade do zeca.





"- havia uns polícias que eram assim muito maus e não deixavam as pessoas pensar nem cantar nem andar, tinham de andar todas assim com a cabeça virada para baixo, assim, estás a ver, mãe?... e não se podia crescer.






e depois levavam as pessoas boas para a prisão e as pessoas eram amigas e depois faziam-lhes muito mal e às vezes até ficava sangue no chão. e havia um senhor que mandava - como é que se chamava?...





- salazar.

- sim, ele mandava nas pessoas todas e dizia para fazerem mal. e depois um dia os outros senhores puseram cravos nas pistolas...

- e quem eram esses senhores?




- eram os paquitães de abril, não sabes, mãe?!!!... e as pessoas vinham cantar e gritar porque já estavam todos bem e já não eram pobrezinhos e era a liberdade! e havia a música do zeca. (...)







fui eu que contei a história do 25 de abril aos amigos na escola! eu já sei! mãe, o que é uma azinheira?..." (mariana, 3 anos)




para que a manhã seja sempre clara a todos os filhos da magrugada.







Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo



O nome das coisas, 1977
In Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética III