"respiro o iodo o sal o vento
o cheiro a salsugem e penso que tudo não é senão o que já não é
e que o momento em que isto digo
é já outro momento"
(manuel alegre in "senhora das tempestades")
15 de julho de 2007
(animação: excerto retirado de L'Opéra Imaginaire de Pascal Roluin) (música: Lakmé - the flower duet, Leo Delibés)
1 comentário:
Anónimo
disse...
" Não voltarei a esse corpo; e não sei se aqueles que o vestiram antes e depois de mim souberam nele o verdadeiro calor e lhe conheceram os perigos, os labirintos, as pequenas feridas escondidas. Não voltarei provavelmente a sentir a respiração palpitante desse corpo, desse lugar onde as ondas rebentavam sempre crespas junto do peito, do meu peito também, às vezes.
Uma noite outro corpo virá lembrar essa maresia, o cheiro do alecrim bruscamente arrancado à falésia. E eu ficarei de vigília para ter a certeza de quem me recolheu, porque os cheiros tornam os lugares parecidos, confundíveis.
Quando a manhã me deixar de novo sozinha no meu quarto trocarei os lençóis da cama por outros, mais limpos. "
1 comentário:
" Não voltarei a esse corpo; e não sei
se aqueles que o vestiram antes e depois
de mim souberam nele o verdadeiro calor
e lhe conheceram os perigos, os labirintos,
as pequenas feridas escondidas. Não voltarei
provavelmente a sentir a respiração
palpitante desse corpo, desse lugar onde as ondas
rebentavam sempre crespas junto do peito, do meu peito
também, às vezes.
Uma noite outro corpo virá lembrar essa maresia,
o cheiro do alecrim bruscamente arrancado à falésia.
E eu ficarei de vigília para ter a certeza de quem me
recolheu,
porque os cheiros tornam os lugares parecidos, confundíveis.
Quando a manhã me deixar de novo sozinha no meu quarto
trocarei os lençóis da cama por outros, mais limpos. "
Maria do Rosário Pedreira
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