17 de agosto de 2007

olha para mim



Escolhemos sem perder o medo.
Escolhemos com uma mão cheia.
A outra vazia ainda do por vir.
Com os olhos brilhantes da margem que fica.

Escolhemos a viagem.
A mão vazia recolhe o sal que escorre.
Cola-o ao coração para que seja sempre limpo.

Sacode-se o tempo dos ombros, a já saudade que teima em fazer-nos sorrir, levanta-se o passo, murmura-se asa e o medo ficou já no chão…








...

e diz-se um ‘até já…’ baixinho.

(à teresa, pelo tanto que aprendo, de generosidade, de grandiosidade humana, pelo colo. à salete, pela cumplicidade, pela partilha, pela amizade. aos meus tantos meninos de aprender pelo que tanto me ensinaram e souberam receber, por me deixarem ser testemunha de um crescer tão bonito. à reut, à andreia, pelo profissionalismo, pela persistência, com os meus outros meninos, por me terem aberto a porta para além dos livros, ao autismo, ao síndrome de down. ao vasco, ao gonçalo, estes ‘meus’ meninos que me ensinaram a importância da existência, da luta, da não desistência, do estar em verdade, em generosidade, no aqui e no agora.)

...

sempre.



(montagem: patrícia pina)
(música: 'scorn not his simplicity' letra de Phil Colter, escrita para o filho, portador de Síndrome de Down, na voz de Sinèad O'Connor)
(ilustrações de meninos autistas, imagens retiradas da net de diversos sites relacionados com as patologias específicas)

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