12 de outubro de 2007
7 de outubro de 2007
suspensa por fios partidos
digo sete
desvelo o surgir entrançado na memória de antes
penso dias
sei da escolha
quebro o medo
desfio o presente que adivinho
coloco-os no chão
traço-os
destraço-me
sinto vermelho
estico
sei o chão
sei de mim
rasgo o último fio
enlargo-o à medida justa dos meus dedos
prendo-o
como se a mim
ao tacto dos pés descalços
penso ar faço chão
lavo a terra presa à boca
regresso no tremer dos dias
faço dos fios o meu caminho
da rede
andança
sobressalto em que serei chão
e vermelho o andar dos meus cabelos
e tenho já um chão plantado
onde uma casa nasce em espaço no porvir
(música: philip glass)
(imagem: bogdan zvir)
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